"Finji
estar tudo bem e no fundo, até estava tudo bem entre nós. Mas eu vivia
com o medo, o terror de ser deixado mais uma vez. Vivia com os fantasmas
do passado, de promessas que não foram cumpridas, de mentiras tantas
vezes ditas. Vivia preso e assustado ao passado, não que ainda não
tivesse esquecido alguém mas porque nunca consegui esquecer o que me
fizeram. Não queria nem gostava de ninguém que
tivesse passado na minha vida no passado, mas lembrava-me sempre das
consequências de ter confiado assim em alguém. E agora eu tava novamente
agarrado a alguém, o meu coração batia fortemente por alguém outra vez,
as borboletas tinham voltado com a diferença que agora foi tudo em
menos tempo. Eu sorria e mostrava estar tudo bem e que eu sentia-me
completamente bem e não estava. Estava nas nuvens mas pela noite descia
ao inferno. PEnsava no que me podias fazer e chorava. Chorava sem fim e
agarrava-me a tudo o que podia. Porque passei a vida a sofrer e quando
não era por amor, era pelo pai que tive ou que não tive. Eu sempre tive
um motivo para desistir da vida e não desisti. Eu sempre tive motivos
para ceder a tudo e acabar tudo ali e não acabei. Porque eu estava
magoado, mal cicatrizado, tinha um trauma, um desgosto, pesadelos sem
fim e mesmo assim acreditava que podia ser feliz. Eu vivia pensando em
ti e pior, vivia pensando como seria quando tu me virasses as costas.
Porque tinha a noção que um dia isso teria de acontecer. Eu deixei de
acreditar em princesas quando puz a coroa numa e ela mudou de palácio.
As princesas não existem, o que existem são mulheres que se estão
completamente a cagar para o conteúdo e que se entregam a 100% à
aparência. Não quero dizer nada, mas de que serve a beleza se não existe
a inteligência?"
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