João Freitas - Shemaiqel

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Funchal, Portugal
São apenas alguns desabafos, tudo escrito por mim, TUDO! São livres de copiar para o que quer que seja. Agradeço também quem os comentar. Obrigado

domingo, 29 de setembro de 2013

DEIXEM-ME!

Tenho um feitio dificil, tenho lá culpa? É verdade já fui um sacana e muitas vezes tive mal para alguns amigos mas não souberam dar uma oportunidade... sei lá. Fui atrás deles, fiz o máximo para voltar a falar e pedir desculpa e mesmo assim eles deixaram-me para trás e ainda hoje mandam bocas. Também oiço que desisti de tudo, desisti sim mas não desisti porque ficava fixe, desisti porque tive o azar de me acontecer muitos azares na vida. Eu não tive culpa de não ter dado nada para o futebol, nem para a escola, nem para casa... simplesmente a vida quiz assim, que eu fosse um azarado de primeira. Mas posso-me queixar das oportunidades que não me deram, eu que sempre perdoei e dei oportunidades a todos eles e sempre dei uma força mesmo sabendo que nas costas eles apunhalavam. Fiquei marcado com uma imagem que não é a minha. Foi azar, tudo azar... as pessoas abandonaram-me como se eu tivesse morto meio mundo, deixaram-me como se eu tivesse feito mal a alguém e nunca fiz, pelo contrário, sempre tentei ajudar toda a gente. Sempre tentei arrancar sorrisos de gente que nem um Olá me davam. Sempre dei uma palmada nas costas dos amigos que diziam ter desistido da vida. Eu não mereci isto, desta forma. Eu merecia mais, eu merecia mais e melhor. Nem precisava que fosse mais, desde que fosse melhor... muitas pessoas criaram uma imagem de mim com manias, falso e arrogante. Algumas depois disseram-me que depois de me conhecerem mudaram completamente a opinião, outras nem oportunidade me deram de mostrar. É que dizemos que não magoa ouvir criticas de quem não é importante mas magoa, magoa sempre. Cansa ouvir, cansa essa merda. Cansa tanto que me tira a vontade de viver de respirar. Eu estou cansado disto, não tenho forças. Quero seguir e não consigo, quero ajudar e não aguento a pressão. Querem dizer mal, digam.. mas não o digam a mim. Eu tou com vontade de partir, não me dêm razões para passar da vontade à realidade. Podem nem falar, nem ajudar nem nada, mas ao menos que não me pizem, não me acuzem de mais nada que eu não fiz. Não inventem histórias a meu respeito. Deixem-me tentar me levantar sozinho, não venham me rebaixar mais porque no chão eu já estou e não vejo forças para me levantar. Quando digo que estou farto, é porque estou mesmo. É porque tenho vontade de ir ter com pessoas que já cá não estão. É facil aguentar os problemas de um lado só, agora aguentar de todos fica dificil e a realidade é que eu já não estou mesmo a aguentar com a pressão caralho!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

PAI?

"Sabes? Um dia a força a acaba, podes um dia ter sido forte e ágil mas um dia tudo acaba. E tu viveste pensando que eras imortal, que mandarias nos outros a vida inteira e que no fim, eles iam estar de pé a aplaudir esse comportamento. Ninguém manda a ninguém e tu nunca mandaste em ninguém apesar de pensares que mandas em toda a gente, aliás... tu nunca foste pai, foste um rapazinho que nunca faltou com o comer para casa. Mas um pai não maltrata a mãe dos seus filhos, um pai traz também felicidade para casa e tu nunca a trouxeste. Tu nunca foste ninguém, nunca subiste um degrau que fosse na vida e se eu te perguntar o que conseguiste na vida só me podes responder uma coisa: conseguiste encontrar uma mulher que não te merecia, a melhor mãe de todas. Tu não sabes o que é subir na vida, agora se te perguntar o que é descer aí tu sabe-la toda, aí compreendo que nunca te supere, porque o que já desceste ninguém descerá. Os pais ensinam os filhos e aprendem com eles e tu só aprendeste, falhaste no ensino, falhaste em tudo. Tivemos que andar com pais emprestados. Não que a minha mãe tenha estado com outros homens, nunca esteve, mas tivemos os pais emprestados de sempre. Os nossos tios e tias. Eu tinha um primo na minha turma, infelizmente o pai dele faleceu quando ele era novo e quando a professora dizia para fazer um trabalho para o Pai, eu olhava para ele e via-o triste. Eu não perguntava o que era porque eu sabia. Mas chegava ao pé dele e dizia que eu também era como se não tivesse pai, era como se fosse só a mãe. Eu cresci me alimentando com o que ele trazia para casa, mas as lições, os ensinamentos, os conselhos vieram todos da minha mãe, dos meus tios e professores. As professoras por hábito diziam que eu era especial e sabes porquê? Porque sabiam que no fundo eu passava por muito em casa, eu via muita coisa em casa e mesmo assim tinha força de chegar à escola a sorrir. Às vezes as pessoas diziam que eu tinha a mania e que me achava melhor que os outros e não era, apenas me defendia dos outros assim. Era a maneira de ninguém me atingir, foi a forma que arranjei de fingir que era dono e senhor da minha felicidade. Muitos dizem que eu nunca vali nada, que fui falso e interesseiro... não fui. Era brincalhão, brincava com tudo para me esquecer do resto. Fora brincava com tudo e em casa chorava com tudo. Claro que eu não quiz esta vida, mas foi esta vida que Deus me deu e eu não vou desistir dela. Eu não desejei esta vida para as minhas irmãs e a minha mãe, mas se assim foi... eu nunca as abandonarei."