João Freitas - Shemaiqel

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segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Natal? Já era...

O Natal nunca mais será o mesmo. A noite de dia 24 nunca mais será aquela noite que mais demora a passar, que olhamos 500 vezes para o relógio até chegar à meia noite. E quando dava meia, quando o ponteiro já cansado batia no 12... lá iamos nós, sem ver mais nada à frente. Se fosse preciso subíamos de três em três degraus só para que não demorássemos muito tempo a lá chegar. Como se os presentes tivessem pernas e fossem fugir aquela hora. Mesmo que pensassem em fugir, não dava. Eu e os meus primos não dávamos hipóteses. E depois a festa, ouvir o nosso nome. Saber que tínhamos mais um presente, e mais um, e mais um, e outro... e outro e ainda mais outro. Claro que na altura, receber roupa era uma desilusão, no entanto a minha mãe tentava sempre me dar a volta."An.. já viste? Uma tshirt... e é linda!" E eu ria... sim, era linda. Mas eu queria era brinquedos. Legos, uma bola de futebol, um jogo de playstation, um carro telecomandado... sei lá, queria algo que me distráisse, roupa não! E depois de todos os presentes abertos, os adultos desciam todos e iam beber a sua canja. As mães ainda tentavam que nós também fossemos, mas entre um presente e uma canja.. preferia passar 15 minutos de fome. Passavam horas e os "grandes" iam falando sobre tudo e ouviam-se sorrisos, gargalhadas intermináveis. A junção de álcool com felicidade. Sorriso daqui e dali, às vezes um choro ou outro por algum primo ou mesmo eu termos estragado algo que acabamos de receber mas passava logo, tinha outros brinquedos, Depois íamos embora, e quando acordávamos no dia 25..."txii foi mesmo verdade, eu tenho mesmo estes brinquedos..." não sabia para onde me virava, não sabia mesmo. Era um carro, era um jogo. Era tudo!! Tinha doces em casa, bolo, tinha bonbons, tinha os meus brinquedos. Era perfeito mesmo, depois ia chegando um ou outro presente atrasado e era a melhor altura de todas!

E hoje... é tudo diferente. Não há tantos presentes, porque não há tanto dinheiro. Não há tanta felicidade porque umas pessoas partiram, outras mudaram. Umas seguiram caminhos errados, outras simplesmente não seguiram. Nós crescemos e nasceram irmãos, primos, sobrinhos... tudo. E dá-me pena... porque eles não passam este dia como nós passamos, não sei se sentem o mesmo, se morrem de alegria também, não sei... mas não me parece. Não há tanta união, tanta alegria, tantos presentes, tantos doces não há tanto de cada coisa que havia naquele tempo. Não se passou assim tanto tempo, mas que mudou... mudou muito.

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